sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

SAUDADE

  Saudade é uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular, só conhecida em galego e português, descreve a mistura dos sentimentos de perda, distância e amor. A palavra vem do latim "solitas, solitatis" (solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde" e "saudar". A gênese do vocábulo está directamente ligada à tradição marítima lusitana.

  Apesar da palavra saudade ser conhecida apenas na língua portuguesa, foi muito bem descrita neste poema atribuido a Pablo Neruda, poeta chileno, um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX. Procurei a versão em espanhol, mas não a encontrei. Se não for dele, deixo outra poesia de sua autoria, na língua original, que também retrata a mesma dor:


Saudade

Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.





Ya no se encantarán mis ojos en tus ojos,
ya que no se endulzará junto a ti mi dolor.

Pero hacia donde vaya llevaré tu mirada

y hacia donde camines llevarás mi dolor.

Fui tuyo, fuiste mía. Qué más? Juntos hicimos

Fui tuyo, fuiste mía. Tú serás del que te ame,

del que corte en tu huerto lo que he sembrado yo.

Yo me voy. Estoy triste: pero siempre estoy triste.

Vengo desde tus brazos. No sé hacía dónde voy.

... Desde tu corazón me dice adiós un niño.

Y yo le digo adiós.



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