quarta-feira, 8 de setembro de 2010

INSTITUTO OLHAR AMAZÔNIA

No dia 05 de setembro, por uma grande coincidência é o meu aniversário, dia da criação do blog oficial do Instituto Olhar Amazônia e também a data em que se comemora o dia da maior floresta do mundo: a Amazônia. Muito se fala sobre a importância da Amazônia para o planeta e nós moradores da Amazônia sabemos da importância dela para o nosso estado e para o nosso país, mas pouco se fala sobre a população que nela vive. Temos que nos preocupar não somente com a preservação da Amazônia como também com a qualidade de vida de sua população.
Moramos no estado do Amapá que segundo as informações governamentais tem 95 % de sua extensão totalmente preservada, com o maior parque de conservação do mundo, o parque do Tumucumaque, temos várias tribos indígenas e várias comunidades quilombolas, porém ainda somos um dos estados mais pobres, com apenas 5% ou menos de saneamento básico, nosso esgoto é lançado no Rio Amazonas sem nenhum tratamento.
Temos a maior bacia hidrográfica, com o maior rio do mundo e nós moramos nas margens deste, no entanto a água que chega às nossas casas oriunda do Amazonas, não tem condição de ser ingerida, temos que comprar água mineral, a população na sua maioria, sem condições econômicas fica exposta às doenças como verminoses e parasitoses, pela ingestão da água contaminada, suja e mal tratada.
Como médica, observo em nosso meio uma alta incidência de amebíase e outras parasitoses intestinais, causando anemias crônicas, um número alarmante de toxoplasmoses agudas e crônicas, com graves conseqüências como a cegueira.
São milhares de famílias morando em regiões alagadas, aqui denominadas de áreas de ressaca, onde se falta de tudo.
Então moramos num paraíso ainda preservado, no entanto milhares de amazonidas sofrem com a probeza e a falta de condições dignas pra uma vida saudável. Ainda não existem projetos a curto, médio e longo prazo para o desenvolvimento sustentável da nossa região. A capital do estado Macapá inicialmente planejada, com ruas largas e retas, arborizadas pelas mangueiras, mas não se preparou para o crescimento populacional. Não basta apenas reformar as pontes das áreas de ressaca ou transformá-las em concreto, temos que ter projetos de construção de moradias para a população carente, em áreas secas e com infra-estrutura, retirar estas comunidades das áreas alagadas e impedir que novas casas sejam construídas nestes locais, para isto é preciso um poder eficiente e determinado com esta visão de desenvolvimento e preservação e não de destruição.
É preciso educação e conscientização de todos principalmente de nós moradores, os maiores responsáveis por este patrimônio.
Preocupados com a saúde, a educação, a conscientização e, sobretudo com a preservação é que nós membros da sociedade civil (médicos, advogados, acadêmicos, servidores, trabalhadores da iniciativa privada e outros), sem vínculos políticos, estamos criando o Instituto OLHAR AMAZÔNIA, que visa através de projetos e ações sociais, estimular o trabalho voluntário junto às comunidades carentes, doando um pouco de nós para esta população que tanto precisa, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e para a preservação da nossa Amazônia.

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