OLHARES: moro no Amapá, na Amazônia e quero compartilhar meus sentimentos e opiniões. Não quero convencer, apenas causar um momento de reflexão sobre vários temas que nos afligem. São artigos, crônicas e poemas. "Os pensamentos dos mortais são tímidos e falíveis os nossos raciocínios; um corpo corruptível pesa sobre a alma e esta tenda de argila faz o espírito pesar com muitas preocupações".(Sb 9, 14-15)
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
QUEM QUER DINHEIRO? E O BANCO PANAMERICANO
DINHEIRO DE CORRENTISTAS USADO PARA SALVAR BANCO
Por MIRIAM LEITÃO em 02;02;11
Estou achando ainda mais estranha a operação de compra do PanAmericano. A primeira estranheza diz respeito ao comportamento do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), formado com nosso dinheiro. Os bancos tiram 0,15% sobre todos os depósitos (aplicações financeiras ou conta corrente) e colocam nesse fundo.
Ele foi criado pelo governo em 1995 para garantir o dinheiro dos depositantes, em caso de quebra de alguma instituição, porque se temia uma crise bancária. Era para proteger os depositantes do banco, não para salvar banqueiro. Por isso, o dinheiro do Fundo, apesar de ser administrado por instituições privadas e públicas, é do público.
Quando se falou no primeiro rombo, o FGC emprestou R$ 2,5 bilhões sem juros. Quando falei com ele, à época, disseram que emprestaram porque era mais ou menos isso que deveriam devolver aos depositantes. No fim do ano, descobriram outro rombo. E o Fundo colocou mais R$ 1,3 bilhão. Ao todo, foram R$ 3,8 bilhões, mas tudo bem, porque tinham garantias: as empresas do grupo Silvio Santos.
Agora, abriram mão de todas essas garantias e ficaram com o rombo e receberam R$ 450 milhões de recebíveis do BTG, que comprou o PanAmericano.
Outra fonte da minha preocupação diz respeito à entrada da Caixa. Ela entrou quando já havia dificuldade, comprou 49% das ações, que despencaram. O banco estatal, portanto, teve prejuízo – também, de novo, é o nosso dinheiro envolvido. E agora, a própria Caixa colocou à disposição do banco R$ 8 bilhões numa espécie de linha de crédito. Essa não é a função da Caixa, que existe para financiamento imobiliário, por exemplo, mas não para ajudar a salvar bancos.
Há vários pontos de dúvida nessa operação. O FGC deve uma explicação ao público porque é dele que sai o dinheiro. O fundo é para salvar o coletivo, não um grupo privado ou um banco específico. Desvio de função e falta de explicação para quem é o dono do dinheiro.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário