PEÇA-CHAVE
Mas a "familiar" que ocupa o papel central na extensa trama de irregularidades, segundo os investigadores, é Livia Gato, uma jovem assessora da Saúde e sua amante, de acordo com a PF.
Livia participa ou conhece quase todas as supostas negociatas e foi extensamente gravada em interceptações telefônicas da PF.
Foi a partir das gravações dos telefonemas de Livia --autorizados pela Justiça-- que a Polícia Federal detectou os primeiros indícios de irregularidades contra Dias.
É ela, por exemplo, que ouve Dias afirmar, em ligação gravada, que Dias tenta receber US$ 30 milhões (R$ 51 milhões) de um grupo de investidores estrangeiros para a sua campanha, em troca de futuras facilidades na implantação de um projeto de plantio de dendê no Estado.
Numa das conversas, fala-se desse valor a ser recebido. "Porque [...], amor, US$ 30 milhões pra esses caras aqui é nada. [...] Eu, por mais que, gastando uma fortuna, eu não consigo gastar US$ 20 milhões, ta entendendo."
Assim como Livia, o filho de Dias, Luiz Henrique, e namorada dele, Hanna, se beneficiaram das regalias ilegais dadas pelo governador.
Mesmo sem cargos no governo, todos viajaram diversas vezes de avião com as despesas pagas pela Secretaria da Saúde, conforme indicam os grampos do inquérito da PF sobre o caso.
Em um certo momento do inquérito, os investigadores listam o número de irregularidades relativas governador: ao menos 19 diferentes, desde que era secretário.
GRUPO DE EXTERMÍNIO
O Ministério Público do Amapá afirma que recebeu denúncias de que testemunhas no inquérito da PF que serviu de base para a operação Mãos Limpas estão recebendo ameaças de morte. Uma equipe apura o caso.
"Acreditamos que 99% dessas ameaças são coisas de desocupados, mas estamos investigando esse 1%, que parecem sérias", afirmou o promotor Eder Geraldo Abreu.
Colaborou JEAN-PHILIP STRUCK, de São Paulo
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